03/10/2022

Visita ao Museu do Tesouro Real

 



Passava já um pouco das treze horas da passada Sexta-feira, dia trinta de Setembro, quando surgiu o autocarro gentilmente cedido e mais uma vez pela Junta de Freguesia da S. Sebastião, que levaria o grupo da Uniseti à visita do Museu do Tesouro Real localizado no Palácio Nacional da Ajuda.

Viagem curta e calma e naturalmente animada pelo burburinho de cerca de quatro dezenas de companheiros e amigos que recomeçavam a desfrutar do prazer do convívio, bem espelhado nas expressões felizes de todas as faces.

Chegados ao palácio passámos por um apertado controlo de entradas, tipo aeroporto, com deposição em bandeja de todos os artigos metálicos, com componente metálica ou por qualquer outro modo considerados suspeitos ou perigosos, para controlo por raios X.

Passada esta barreira fomos acolhidos por uma guia que nos indicou o elevador para ascender ao terceiro piso, fornecendo de imediato a muito útil informação: as casas de banho são à saída à esquerda.

A guia, de uma eficácia sem reparos e sem dar grandes hipóteses de lhe serem colocadas perguntas, começou por fazer uma breve resenha da histórica contextualizando os objectos expostos. Depois apresentou a caixa-forte onde as joias estão guardadas: uma imensa estrutura de alumínio e aço desenvolvida em três níveis, com quarenta metros de comprimento por dez de largura e outros tantos de altura. As portas blindadas pesam cinco toneladas. As paredes exteriores reproduzem pepitas de ouro. Custou trinta e um milhões de euros.    

Entramos. Um mundo de brilho e beleza se nos depara. As explicações da guia surgem em catadupa, nota-se que fala com conhecimento do que diz, mas a sua prestação é prejudicada pela estreiteza do espaço que a mantém afastada de grande parte dos visitantes, dispostos em fila e que nem sempre conseguem captar as informações, resultando daí alguma dispersão das atenções e os inevitáveis ruídos de fundo.

A obscuridade do ambiente faz sobressaltar o brilho das joias, protegidas por vidro à prova de bala, cujos reflexos causam alguma dificuldade aos fotógrafos do momento, dificuldade acrescida pelo espelhado de algumas das bases em que os objectos repousam e que além disso interfere com o brilho natural das peças que suportam.

E o percurso vai fazendo-se ao longo de quase oitocentas peças, sem contar com as mil da mesa à francesa com baixela Germain encomendada pelo rei D. José. Ladeando os corredores em profusão, há ouro em pepitas e trabalhado, diamantes e outras pedras preciosas, joias, moedas, insígnias, pratas de aparato. Seis valiosíssimas peças faltam aqui, foram roubadas há vinte anos em Haia para onde foram por empréstimo, por isso não há neste momento qualquer política de empréstimos. Casa roubada trancas à porta, é sempre assim. Mas foi com a indemnização recebida que se cofinanciou a construção do Museu. Para acondicionar as joias nas suas andanças, em Portugal e para o Brasil e de lá para cá, lá estão também os baús em que se transportavam

E assim se percorreram três pisos sempre a subir que só se dá por isso quando se chega ao fim e se desemboca na cafetaria, não se resistindo à atracção dos assentos que aguardam os exaustos visitantes.

 



 















































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