14/11/2022

CineMaioridade: Três cartazes à beira da estrada

 

CONVITE

Uma sessão rigorosamente a não perder. Entrada gratuita.

UNISETI – CINE MAIOR IDADE, 2 DE DEZEMBRO 2022

Coordenação: Arlindo Mota e Maria Alice Silva




07/11/2022

XIX Aniversário da UNISETI - Abertura das comemorações pelo Senhor Presidente do C. A. da UNISETI

 


XIX ANIVERSÁRIO, 4 de Novembro de 2022

 

Exma Senhora Vice-Presidente da Câmara, Drª Carla Guerreiro

Exmo Senhor Presidente da União das Freguesias de Setúbal, Sr. Rui Canas

Exmo Senhor  Membro do Executivo da Junta de Freguesia de São Sebastião, Sr. Luís de Matos

ESTIMADOS PROFESSORES, ALUNOS E COLABORADORES

Comemoramos hoje o XIX ano da criação da UNISETI num momento em  que ainda vivemos rodeados por um inimigo obscuro que nos tolhe as opções disponíveis e que determina, sem avisar,  que o definitivo se converta em provisório.

Mas começamos a viver o presente e este,  cogitava o filósofo é, em certa medida, solidão, pois não colhe, nem o reconhecimento do passado, nem vive o frémito e a esperança do futuro. Mas é nele que vivemos e que temos de afeiçoar para que a nossa vida mereça a pena ser vivida, de bem connosco e com os outros que fazem parte do todo, onde se integra a comunidade UNISETI.

Estes dois últimos anos tiveram consequências que só o futuro se encarregará de determinar: pessoais, de bem-estar, institucionais. Por isso é com júbilo acrescido  nos reunimos aqui todos, neste magnífico auditório gentilmente cedido pela nossa autarquia, para comemorar quase duas dezenas de anos de vida da nossa Universidade Sénior.

Teremos oportunidade para verificar que o corpo das disciplinas ministradas equivalem ao que o ano lectivo 2019/2020 nos oferecia e algumas estão em lista de espera, aguardando que as ampliações no Parque do Bonfim estejam concluídas,

Por outro lado, a dinâmica extra-escolar que era uma característica do período pre-pandémico, está de volta: em Setembro e em Outubro já viajámos até Lisboa, para assistir ao espetáculo virtual e imersivo no Reservatório  Mãe d’ Água das Amoreiras, recomeçámos com a sala praticamente cheia o nosso cine-clube CINE MAIOR IDADE e efectuámos a primeira viajem internacional deste ano lectivo: a Ávila, Segovia e Madrid, com agrado geral.

Hoje o palco vai, naturalmente, para os nossos artistas: o Grupo de Fado, o Grupo Coral de Cante Alentejano, e três novidades: o recente Grupo de Teatro, criado em colaboração com a ESE de Setúbal, o Grupo de Cordas e Guitarras e a estreia de um novo agrupamento: Melodias de Sempre. Vai ser um prazer.

Mas o destaque vai para uma homenagem que não podíamos deixar em claro: a atribuição do título de professores Eméritos da Universidade Sénior, um, a título póstumo, ao Professor António Quaresma Rosa, que criou e difundiu de forma original o saber sobre a nossa cidade que denominou “Conhecer Setúbal”, de que aqui deixamos registada a nossa saudade, o outro, à Professora Etelvina Bigas, que ultrapassados as nove dezenas de anos, continua a ensinar inglês, com o brilhantismo e entusiasmo de uma jovem professora. Embora por motivos e circunstâncias diferentes, o Conselho de Administração da UNISETI atribui esta justíssima homenagem.

(Noutro contexto, não podíamos deixar de fazer uma referência aos nossos colegas Administradores Maria do Carmo Branco e Américo Pereira, que continuam a recuperar de problemas de saúde e que tanto gostariam de estar connosco. Uma especial saudação e desejos de boas melhoras.)

Serão hoje também distribuídos os diplomas UNISETI FIDELITAS que pretende agradecer a todos os alunos e professores que durante o tempo da pandemia se mantiveram fiéis à sua Universidade Sénior. Lembramos a finalizar o notável e profundo poema de Peter Handke que aqui citámos há um par de meses: “Quando nos esquecíamos da data corrente: isso sim eram tempos.

 Isso sim era tempo.

 Quando os sonhos eram um ir e vir do inferno ao céu: Isso sim, eram tempos.”

 

Até breve,

Apresentamos as nossas Calorosas Saudações Cordiais,

 

O Presidente do Conselho de Administração

Arlindo Mota

 


Passeio a Madrid, Segóvia e Ávila

 


Bem cedinho, pouco passava da cinco da manhã do dia vinte e nove de Outubro de dois mil e vinte e dois, partimos rumo à aventura por terras de Espanha. Trinta e nove companheiros que pela primeira vez depois da pandemia iriam gozar em conjunto um passeio além-fronteiras com a razoável duração de quatro dias. Entreabria-se a porta fechada há mais de dois anos para deixar passar uma réstia de esperança em melhores dias.

    Quase sem se dar por isso já estávamos por Santa Olalla, onde parámos para almoçar, seriam 13,30 horas locais. Serviço relâmpago no restaurante “Salamanquilha” e de novo na estrada.

Pelas dezasseis horas já descíamos a Rua da Princesa, em Madrid, para dar início a uma visita panorâmica com passagem pelos locais mais emblemáticos da cidade como a ponte de Segóvia, o Palácio Real e seus jardins, a Praça de Espanha, a estação de Atocha entre outros locais. Seguiu-se uma paragem de um par de horas para fazer um percurso a pé até à Praça Maior. Era Sábado, bom tempo, ruas apinhadas de gente, esplanadas cheias, a Praça Maior abarrotava. Regresso ao autocarro e todos para o hotel para descansar que a jornada foi longa, ainda que suavizada pela excelente qualidade do autocarro e pela competência inquestionável do condutor.

A jornada do segundo dia começou com a visita ao Vale dos Caídos e à imponente  basílica com os seus 262 metros de comprimento totalmente escavada na rocha, a que se tem acesso por uma monumental porta de bronze com mais de dez metros da altura.  No alto do monte onde a basílica foi escavada, uma cruz de 150 metros domina a paisagem.   Dentro da basílica nada de fotografias.

O almoço no restaurante Alaska em S. Lourenzo do Escurial, teve lugar ao meio-dia e trinta, mais uma vez cedo, para contrariar os espanhóis que almoçam tarde. Depois do almoço seguiu-se a visita ao complexo de edifícios do Escurial, mandado construir por Filipe I de Portugal, certamente com algum dinheiro lusitano; os espanhóis dizem que o mandante da obra foi Filipe II de Espanha. A visita começou pela biblioteca, muito rica em decoração e recheio, apesar de mais de metade das obras ter sido consumida por um incendio. Seguiu-se a sala dos relicários com milhares de relíquias, grandes e pequenas, para todos os efeitos. O rei, que era muito pio, sempre vestido de negro como mostram as pinturas, tinha o seu palácio residencial distribuído por várias salas na basílica. O quarto onde dormia tinha vistas de um lado para o altar-mor e do outro para os jardins. Do outro lado do altar, em posição simétrica eram os aposentos da rainha. Descemos ao mundo dos mortos: os panteões dos reis e dos infantes. No primeiro separação das tumbas: homens de um lado  e mulheres de outro, com raras excepções; no segundo só crianças. Tudo uma beleza tétrica. Mais salas, claustros, pinturas a óleo e a fresco, esculturas. Capelas são mais de quarenta. Tudo feito por bons artistas, que o rei não olhava a despesas.

Libertos da clausura fomos arejar até à estância de Inverno de Navacerrada, no parque natural da serra de Guadarrama. Era já fim do dia, o céu negro ameaçava chuva. Estavam nove graus e um ventinho agreste que convidava à retirada para o hotel em Segóvia.

A alvorada do terceiro dia foi a horas razoáveis. Já na rua deparamos com um miradouro de quatro colunas que deu o nome de “Cuatro Postes” ao hotel onde ficámos. Deste Miradouro tem-se uma vista soberba sobre a cidade de Ávila. Para aí nos dirigimos. Franqueada uma das nove portas da cidade visitamos a catedral, que se integra na própria muralha, o convento de Santa Teresa, passeamos do Mercado Grande ao Mercado Pequeno e, já fora das muralhas, a basílica de V. Vicente. Almoço e regresso para visita a Segóvia.

Em Segóvia fomos recebidos por uma chuva miudinha, que não impediu a progressão do grupo.  O monumental aqueduto desperta a admiração dos visitantes. Obra de romanos em pedra seca que se mantem firme desafiando o tempo. Subindo em direcção à Praça Maior deparamos com uma casa de bicos, com decoração exterior semelhante à da Casa dos Bicos de Lisboa. Visita exterior à Catedral. Seguimos para o Alcazar também para uma visita exterior, ou no interior para quem quis, rápida porque o tempo não era muito e também havia quem quisesse visitar o interior da catedral, estando já muito perto a hora do fecho para visitas.

E chegou o último dia. Pela manhã visita ao palácio real de La Granja de Santo Ildefonso, mandado construir por Filipe V inspirado no palácio de Versalhes e por isso também chamado de pequeno Versalhes. No interior a flor de Lis está em todo o lado, marcando bem a presença dos Bourbon. No exterior os jardins são um esplendor que as alterações do clima nos permitiram apreciar porque, segundo a guia que nos conduziu na visita, nesta altura do ano já tudo estaria gelado. Finda a visita voltámos a Segóvia para almoçar com o apetite estimulado pela espectativa de meter o dente no “Cochinillo Segoviano”, servido no restaurante “El Bernardino” especialista na matéria, segundo voz corrente. Como entrada foi servido um guisado de feijocas com chouriço. Estava tão saboroso que bem dispensava o cochinillo, mas o ritual tinha que se cumprir. E veio o dito que foi colocado numa mesa no centro da sala para ser trinchado, imagine-se, com um prato! Operação só possível perante a macieza do bacorinho mal acabado de desmamar, se é que o chegou a ser. Depois, para concluir o ritual, o prato foi atirado ao chão espalhando-se em cacos pela sala. Provado e aprovado eis o veredito: o nosso é melhor.

Acabou-se a festa, regresso a casa onde chegámos pelas dez da noite, do dia um de Novembro de 2022.

Madrid






Vale dos Caídos







S. Lorenzo del Escurial











El Escurial


Navacerrada



















Avila





                     (Quarto de Santa Teresa de Jesus)
















Segóvia
























La Granja de San Ildefonso























O almoço de encerramento 




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