Decorreu no passado dia 8 a
visita ao submarino Barracuda e à fragata D. Fernando II e Glória, ambos em doca
seca, em Cacilhas, organizada pelos docentes das disciplinas de Economia e de Portugal no Mundo - A Natureza e o Homem
A visita ao submarino, em pequenos grupos, foi conduzida por antigos tripulantes e à fragata pelo actor-marinheiro,
Sardinha.
O submarino Barracuda
A entrada no navio faz-se por uma abertura lateral no casco, permitindo assim um acesso mais fácil do que seria a entrada pela torre. No posto da ré, outra porta semelhante permite a saída. À entrada a inevitável sensação de aperto, parecendo que tudo estava em cima de nós, pese embora algum alívio provocado pela abertura por onde entrámos. Esta entrada situa-se no posto de vante, onde se encontram os respectivos tubos lança-torpedos. Mesmo por baixo deles camas para praças.
Com entusiasmo, o guia que nos coube foi dando
as explicações que o tempo disponível permitia e que considerou adequadas aos ouvintes.
Falou do casco duplo em que o exterior não era o resistente, que o espaço entre
os dois funcionava como tanque e lastro que ao ser inundado fazia descer o
submarino. Falou na necessidade de regeneração do ar em imersão e dos
dispositivos para o efeito. Deu a conhecer as várias zonas do navio, desde o
posto de vante até ao da ré, passando pelo posto de comando, pela cabine de
comunicações, pelo posto de controlo, pelo corredor higiénico que tem de um lado
a cozinha e do outro dois sanitários, pelo compartimento de propulsão, onde foi
dito que os motores diesel só eram utilizados para carregamento das baterias que iriam
alimentar os motores eléctricos, estes sim ligados ao hélice, pelo controlo de carga das baterias e, por
último, o posto de ré com mais quatro tubos lança-torpedos e onde se encontrava
a acomodação dos sargentos. As camas, em número inferior ao de praças, obrigava
à sua partilha segundo os turnos de serviço.
Por todo o lado manípulos de
válvulas, tubos, contadores, manómetros, écrans. Não há espaço desaproveitado.
A água a bordo não era muita, daí
que banhos não havia, com excepção do comandante que tomava um duche quando,
com o navio atracado, tinha que sair em representação oficial.
Toda a visita foi acompanhada de
fundo sonoro constituído pela reprodução dos sons da fauna marinha que seria
audível com o navio em imersão.
As fotos da visita ao submarino
A Fragata D. Fernando II e
Glória
Com a fragata à vista, a primeira
sensação é de desilusão. O que temos pela frente não chega a uma pálida imagem
do que foi um belíssimo navio. Após o incêndio que praticamente a consumiu, foi
reconstruída a tempo de poder ser visitada durante a Expo 98. Era linda a
fragata! Mas agora mais parece um cadáver. Segundo consta, a reconstrução foi
feita com madeiras de fraca qualidade ou deficientemente tratadas e, assim, a bicharada
xilófaga atacou em força, deixando-a fragilizada a tal ponto que, receando-se o
pior, foi retirado o mastro da Gata e os mastaréus do traquete e do grande. Por
isto também não há vergas. Também por precaução as peças de artilharia
(coronadas) foram substituídas por réplicas leves.
Passado um primeiro momento algo
desanimador, embarcámos. O interior do
navio está em condições de ser visto pelos visitantes e é capaz de mostrar como
seria a vida a bordo nas longas viagens até à India e outras paragens.
Animou a visita o
actor-marinheiro Sardinha que, muito vivo nas suas explicações (rigorosas na
medida do possível), manteve o grupo interessado e animado. Terminou a sua
actuação com a brincadeira da caça ao tesouro.
As fotos da visita à fragata
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