Passeio a
Paris de 28 a 30 de Março de 2025
No âmbito da cadeira de Neuropsicologia a Professora da disciplina,
Dra Maria João Ferro, considerou que seria interessante uma visita ao Museu
Nacional de História Natural – Museu do Homem, em Paris. E se bem o pensou,
melhor o fez. A visita, que também foi de estudo teve lugar de 28 a 30 de Março
de 2025. A partida de Setúbal às 3,15 horas da manhã foi um pouco dura para aqueles
que têm mais dificuldade em se libertar dos braços de Morfeu mas, de um modo
geral, todos estavam bem dispostos.
A primeira nota positiva foi a constatação que o acompanhante
era o inefável Daniel, que já conhecíamos de outras andanças, senhor de
vastíssimos conhecimentos e de um sentido de humor, umas vezes finíssimo,
outras sarcástico e irónico.
O avião partiu à hora marcada e duas horas e tal depois
aterrava em Orly, onde, para início da visita, nos esperava um autocarro,
conduzido por um simpático motorista do Porto, o Sr. Mário.
Embarcados, chegámos com alguma facilidade à la Place de l’ Étoile,
uma rotunda única, onde quem chega, por uma das 12 avenidas que ali entroncam,
tem prioridade sobre quem circula na rotunda. A coisa é de tal ordem que as
seguradoras não cobrem os danos dos acidentes ali ocorridos, dentro de um círculo
delimitado a azul.
No centro da rotunda o Arco de Triunfo com os seus 51 metros
de altura, com os pilares cobertos de inscrições de nomes das batalhas das
Guerras Napoleónicas, de generais, de exércitos, de mortos, etc. Até o nome de
Oporto lá figura, mas não vimos os nomes de Roliça e Vimeiro. Também lá está o
túmulo do soldado desconhecido com a inscrição “Aqui repousa um soldado francês
morto pela Pátria” (tradução livre).
Uma das artérias que partem desta rotunda é a conhecidíssima
e muito famosa avenida dos Campos Elísios, das lojas de artigos de luxo, mas
também de bizarrias como o tapume das obras de hotel em construção,
reproduzindo uma mala Louis Vitton. Ao fundo da Avenida o Museu do Louvre, que
visitaremos mais tarde.
Depois almoço em restaurante na Avenida Wagram e sem mais
delongas embarque no autocarro para uma visita guiada aos locais mais falados
da capital francesa. O guia local entendia-se bem, no seu Português do Brasil.
Inevitavelmente a visita à catedral de Notre Dame de Paris,
ainda não completamente recuperada, mas já visitável. Um mar de gente aguardava
a entrada, controlada por um extensíssimo sistema de baias em zig-zag. A
circulação é sempre no mesmo sentido, entra-se por uma porta e sai-se por
outra. A catedral alberga, entre outras relíquias a coroa de espinhos de Jesus
Cristo que, quando entrámos, estava sendo dada a beijar aos fiéis, depois da
missa, como acontece às últimas sextas-feiras de cada mês.
Ali perto, a igreja de S. Severin onde se curam as dores,
sejam elas quais forem, basta abraçar o milagroso pilar. Houve quem, mesmo não
tendo dores, se agarrou ao pilar, tirando vantagens do tratamento preventivo.
De regresso passagem pela Sorbonne com os comentários do
Daniel, engraçadíssimos quando se referiu aos frequentadores famosos desta
universidade, sem esquecer a referência ao um conhecido político português que
também por lá passou. Começou a chuviscar, coisa de pouca importância.
O segundo dia começa com a visita ao Museu do Louvre, onde
cada um prestou atenção ao que mais lhe interessava, mas todos contemplaram a
Gioconda e, inevitavelmente, a foto com o quadro como fundo. Na parede oposta o
enorme quadro de Veronese, as Bodas de Canaã, com quase 10 metros. Depois foi
regalar a vista com as joias, as louças as pinturas, as estátuas, os tectos e
tudo o mais. Com tanto dispêndio de energia o almoço foi bem-vindo.
Seguiu-se a visita guiada ao Museu do Homem ligado ao Museu
Nacional de História Natural, o foco da nossa visita a Paris. Aí se falou da
evolução do Homem, do papel do ambiente, da genética e da alimentação no
desenvolvimento da espécie. Referido o jardim de aclimatação de Paris e o drama
de Sara Barthman. A guia tinha a lição estudada mas, por causa das dúvidas, lá
se foi apoiando nos apontamentos. A professora Maria João deu uma ajudinha e a
coisa correu bem.
Finda a visita, um olhar à Torre Eiffel a partir do melhor
ponto para o fazer: os terraços do Palácio do Trocadero, onde se encontra
instalado o museu que tínhamos acabado de visitar. E mais umas fotos artísticas
com a torre como motivo omnipresente.
De regresso ao hotel passagem junto à Chama da Liberdade e
entrada no túnel da Alma. No pilar 13 uma foto da princesa Diana marca o local
do trágico acidente que a vitimou.
É Domingo e mais uma jornada. Vamos até Pigale e daí subimos
até ao Sacré Coeur, de funicular que a subida é íngreme. Entretanto o Daniel
vai falando dos comunard e outros factos da história do local. No alto dos 130
metros da colina de Montmartre ergue-se a basílica com os seus 83 metros de
mármore branco. Deste que é o ponto mais alto de Paris, tem-se uma vista
panorâmica da cidade, a perder de vista. Entrámos na basílica. Era hora de
missa. Um coro de freiras entoando cânticos religiosos deu outro significado à
visita, tivemos essa sorte.
Visitado o templo, deambulou-se pela Place du Tertre ou Praça
dos Artistas como também é conhecida e pelas ruas próximas. Pinturas em
profusão, artistas e cafés cheios. Um poster de Jacques Brel chama a atenção e
mais fotos para o arquivo de recordações.
Cumpridas as honras ao local, início da descida a pé em
direcção a Pigale pela rua Lepic. No início da rua um antigo moinho, que se diz
ser original, é o chamariz do restaurante Le Moulin de la Galette. E,
continuando rua a baixo, na esquina à direita outro moinho, este mundialmente
conhecido: o Moulin Rouge. Parámos à porta e, aí, tempo livre para dar largas à
imaginação.
A festa continuou depois do almoço com um passeio no Sena
numa das embarcações Bateau Mouche, acompanhados de centenas de outros
passeantes. Durante o percurso de mais ou menos uma hora pudemos ver de outra
perspectiva o que já tínhamos visto, como a Torre Eiffel, o Museu do Louvre, a
Catedral de Notre Dame de Paris e outros.
Terminado o passeio, um último olhar para o Sena e para os
alfarrabistas que enxameiam as suas margens, para a multidão apressada, para os
flanares (termo utilizado pelo nosso Daniel), para as bicicletas de todo
o tipo e modelo, para os monumentos transformados em silhuetas.
E assim se passaram três muito agradáveis dias de convívio, de descobertas e também, nalguns casos, de recordações. A Dra Maria João mostrava-se muito satisfeita, os inevitáveis atrasos e distrações foram insignificantes, o passeio foi um sucesso.
A chegada
L´Etoile et les Champs Elysées
Notre Dame de Paris
S. Severin

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