13/02/2023

Visita de estudo a Évora

 


Com a preciosa, inestimável e interessantíssima colaboração do Professor Doutor José Custódio Vieira da Silva, realizou-se no passado dia 10 de Fevereiro uma visita a alguns dos locais mais emblemáticos da cidade de Évora.

Nesse dia, pelas nove horas, mais coisa menos coisa, reuniram-se, no já habitual ponto de encontro destas actividades, os cinquenta companheiros da jornada que se fizeram à estrada em autocarro cedido pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, gentileza que se vem repetindo.


Depois de uma paragem técnica em Montemor-o-Novo, chegámos ao Convento do Espinheiro, ainda não eram onze horas.





Calcorreadas duas centenas de metros, se tanto, já dentro da cerca do convento, deparámos com a capela tumular de Garcia de Resende, cuja visita era ali o nosso objectivo.


                           


Depois o Professor Vieira da Silva palestrou sobre o Convento do Espinheiro como panteão da nobreza de Évora mas, sobretudo, sobre a capela em que nos encontrávamos e sobre a figura do poeta e cronista Garcia de Resende, que planeou a sua construção, no estilo Manuelino Mudéjar, vários anos antes da sua morte para receber o seu túmulo. 
Continuando, o Professor falou sobre a obra poética Miscelânea onde Garcia de Resende dá notícia de personagens e acontecimentos nacionais e estrangeiros. 



No primeiro dos três corpos da capela encontra-se a campa do irmão do poeta e cronista e no segundo, a nave, a de Garcia de Resende, cuja  pedra tumular da campa foi arrancada após a abolição das ordens religiosas, tendo inclusivamente servido de balcão de talho. Foi reposta há relativamente pouco tempo e bem assim as ossadas que se encontravam desaparecidas. 


                                         


O pavimento da capela é o original, revestido de azulejos hispano-árabes, em processo de degradação por efeitos da máquina do tempo, pelo uso inadequado que lhe foi dado em tempos idos e pelo actual pisoteio dos visitantes.


 
Encerrado o capítulo da capela, seguimos para o centro da cidade de Évora para visitar a Igreja dos Loios, panteão dos Melo.
À esquerda do portal de entrada as armas da família Melo emolduradas por uma tenda de campanha.




Entramos na igreja, espaço unificado de estilo Manuelino, revestido de azulejos de autoria de António de Oliveira Bernardes.
Na abóboda nervurada podem ver-se os diversos brasões das famílias de nobreza. 
No pano da parede lateral esquerda de quem entra, sobressai a varanda dos senhores de Cadaval, com ligação directa ao seu palácio. 
Há túmulos e ossários em profusão.





Seguimos para o templo a que chamam de Diana, também de Augusto ou outro qualquer. Aí o Professor fez notar o contraste entre a aspereza do granito do fuste das colunas e a macieza do mármore dos capitéis que seguem a ordem Coríntia.

Foi uma boa oportunidade para a foto de grupo.



Seguimos para a Sé. A subida ao terraço pela escada de granito só aconselhável aos mais afoitos, pois as condições climatéricas eram bastante desagradáveis, mas mesmo assim houve quem lá fosse para ver Évora do alto.



No interior, sobre as nossas cabeças, a abóboda de berço com arcos quebrados de transição para o estilo Gótico.
Seguimos para os claustros e mais uma lição de história perante o túmulo do bispo D. Pedro.








Como já passava da uma hora da tarde, havia que repor as forças e cada um escolheu a solução que mais lhe agradou .
A reunião seguinte fez-se em frente da igreja de S. Francisco e mais uma lição de história com destaque para a solução encontrada na reconstrução da igreja que inicialmente tinha três naves e passou a uma só. É do estilo gótico mediterrânico. O Doutor Vieira da Silva chamou a atenção para o pormenor dos arcos quebrados ultrapassados, existentes logo à entrada.




A visita terminou com uma passagem pela Galeria das Damas do antigo palácio de D. Manuel e pelas "Ruinas fingidas" , um conjunto construído com materiais provenientes de diversos locais da cidade, onde um significativo número de pavões foram motivo para a prática da fotografia.


 

Finda a visita, sem problemas significativos, regresso a Setúbal onde chegámos à hora prevista.


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