No âmbito das disciplinas de “Portugal e o Mundo” e
“Economia” realizou-se no passado dia
23 de maio a visita de estudo à unidade fabril da Secil –
Outão.
Fomos recebidos por uma excelente equipa - Dr. Nuno Maia da
Silva, Dra. Alexandra Silva, Eng.
José Oliveira e Dr. Miguel Dias – que nos acompanhou e
proporcionou uma magnífica visita.
O Dr. Nuno Maia começou por fazer a apresentação da Secil,
relatando-nos a sua história
centenária, as alterações societárias – evidenciando o facto
de ser uma empresa 100%
portuguesa; as características da indústria cimenteira –
altamente exigente em capital e de
forte intensidade energética; a evolução técnica – com a
modernização dos processos de
fabrico e a inovação ao nível dos produtos. Foi dado
particular destaque à mudança operada
nas últimas três décadas no domínio do impacto ambiental da
atividade – redução da
utilização de combustíveis
fósseis, diminuição da libertação de gases de efeito de estufa e a
recuperação paisagística das
pedreiras.
Dirigimo-nos depois para os
viveiros de plantas onde, sentados à sombra de um antiquíssimo
carvalho, a Dra. Alexandra Silva,
nos revelou a complexidade do projeto de reflorestação das
pedreiras, desde a obtenção de
sementes, passando ao crescimento das plantas, até à sua
implantação nas pedreiras.
Trata-se de um processo em que a Secil, em parceria com
instituições universitárias,
procura acelerar a regeneração efetuada pela Natureza,
monitorizando de forma contínua a
fauna e a flora das áreas reflorestadas.
Estava na altura de os nossos
olhos verem a realidade das pedreiras. Com as explicações do Dr.
Nuno Maia e do Eng. José
Oliveira, em plena pedreira, vimos como se faz a extração do
calcário e da marga. Ficámos a
saber que a extração se faz das cotas mais altas para as cotas
mais baixas, em socalcos. Acabada
a exploração nos socalcos mais elevados inicia-se a fase de
reflorestação nestes níveis.
Atualmente 46% da área das pedreiras já está regenerada.
Saímos da pedreira e, de regresso
à unidade fabril, passámos pela antiga fábrica do Vale da
Rasca – já desativada – e
vislumbrámos o cais marítimo da Secil por onde são escoados os
produtos destinados à exportação
(mais de trinta países).
Na fábrica fizemos um circuito
para conhecer os armazéns de matérias primas e de produtos
acabados, os equipamentos de
moagem e o enorme forno rotativo. Este último atinge
temperaturas da ordem dos 1.500
graus centígrados no interior e funciona de forma contínua
– 24 horas por dia, 365 dias por
ano. Acoplado ao forno observámos o inovador equipamento
que faculta uma poupança
energética na ordem dos 20% e que, em conjunto com outros
sistemas, contribuiu para que a
Secil obtivesse o registo de dez patentes.
E chegámos ao cérebro do sistema
– a sala de controlo. O processo produtivo está altamente
automatizado, com elevados níveis
de digitalização. A intervenção humana, altamente
especializada, centra-se no
planeamento e controlo.
Quando iniciámos a visita ouvimos
dizer que tudo começou em 1904 com uma pequena
fábrica com dois fornos verticais
que produziam 10.000 t/ ano, e finalizamos a visita numa sala
de controlo que acompanha um
sistema produtivo moderno, de nível internacional, com
capacidade de 2.000.000 t/ ano.
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