07/06/2025

Visita de estudo: Secil

 


No âmbito das disciplinas de “Portugal e o Mundo” e “Economia” realizou-se no passado dia

23 de maio a visita de estudo à unidade fabril da Secil – Outão.

Fomos recebidos por uma excelente equipa - Dr. Nuno Maia da Silva, Dra. Alexandra Silva, Eng.

José Oliveira e Dr. Miguel Dias – que nos acompanhou e proporcionou uma magnífica visita.

O Dr. Nuno Maia começou por fazer a apresentação da Secil, relatando-nos a sua história

centenária, as alterações societárias – evidenciando o facto de ser uma empresa 100%

portuguesa; as características da indústria cimenteira – altamente exigente em capital e de

forte intensidade energética; a evolução técnica – com a modernização dos processos de

fabrico e a inovação ao nível dos produtos. Foi dado particular destaque à mudança operada

nas últimas três décadas no domínio do impacto ambiental da atividade – redução da

utilização de combustíveis fósseis, diminuição da libertação de gases de efeito de estufa e a

recuperação paisagística das pedreiras.

Dirigimo-nos depois para os viveiros de plantas onde, sentados à sombra de um antiquíssimo

carvalho, a Dra. Alexandra Silva, nos revelou a complexidade do projeto de reflorestação das

pedreiras, desde a obtenção de sementes, passando ao crescimento das plantas, até à sua

implantação nas pedreiras. Trata-se de um processo em que a Secil, em parceria com

instituições universitárias, procura acelerar a regeneração efetuada pela Natureza,

monitorizando de forma contínua a fauna e a flora das áreas reflorestadas.

Estava na altura de os nossos olhos verem a realidade das pedreiras. Com as explicações do Dr.

Nuno Maia e do Eng. José Oliveira, em plena pedreira, vimos como se faz a extração do

calcário e da marga. Ficámos a saber que a extração se faz das cotas mais altas para as cotas

mais baixas, em socalcos. Acabada a exploração nos socalcos mais elevados inicia-se a fase de

reflorestação nestes níveis. Atualmente 46% da área das pedreiras já está regenerada.

Saímos da pedreira e, de regresso à unidade fabril, passámos pela antiga fábrica do Vale da

Rasca – já desativada – e vislumbrámos o cais marítimo da Secil por onde são escoados os

produtos destinados à exportação (mais de trinta países).

Na fábrica fizemos um circuito para conhecer os armazéns de matérias primas e de produtos

acabados, os equipamentos de moagem e o enorme forno rotativo. Este último atinge

temperaturas da ordem dos 1.500 graus centígrados no interior e funciona de forma contínua

– 24 horas por dia, 365 dias por ano. Acoplado ao forno observámos o inovador equipamento

que faculta uma poupança energética na ordem dos 20% e que, em conjunto com outros

sistemas, contribuiu para que a Secil obtivesse o registo de dez patentes.

E chegámos ao cérebro do sistema – a sala de controlo. O processo produtivo está altamente

automatizado, com elevados níveis de digitalização. A intervenção humana, altamente

especializada, centra-se no planeamento e controlo.

Quando iniciámos a visita ouvimos dizer que tudo começou em 1904 com uma pequena

fábrica com dois fornos verticais que produziam 10.000 t/ ano, e finalizamos a visita numa sala

de controlo que acompanha um sistema produtivo moderno, de nível internacional, com

capacidade de 2.000.000 t/ ano.


























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